Os Traçadores do PET


[Unidade de biossintese [CTI]]Para a obtenção de imagens do corpo usando um PET exige que se injete na circulação sangüínea do paciente, ou que ele inale uma substância química radioativamente marcada, que seja o equivalente próximo ou um análogo de substâncias que ocorrem naturalmente no corpo. Marcar radioativamente significa ligar quimicamente um ou mais átomos de isótopos capazes de emitir positrons a essas substâncias, e que foram produzidos por um ciclotron nuclear ou gerador. Essas substâncias marcadas são chamadas de radiofármacos ou traçadores.

Os seguintes traçadores têm sido usados mais comumente para estudos de função cerebral com PETs:

FDG ou Fluorodeoxiglicose: Ela é uma molécula similar em estrutura à glicose, de modo que pode ser usado para conseguir imagens de partes do cérebro que estão usando mais glicose do que outros (ou seja, eles são mais ativos, desse modo necessitando de mais energia, que vem da queima da glicose). O FDG é muito usado para realizar estudos fisiológicos da memória, cognição, etc., assim como para detectar e diagnosticar diversos tipos de tumores e outras doenças do cérebro humano. A deoxiglicose (marcada com carbono-14) também é usada para os mesmos propósitos.

Água com O-15 Water: Este traçador é uma molécula de água comum, com oxigênio radiativo no lugar do isótopo não-radiativo. Assim, ele se distribui principalmente onde há muita água, como no sangue, e pode ser usado para medir o fluxo sanguíneo, e também em outros tipos de estudos da função cerebral.

Monóxido de Carbono com C-11 ou O-15: usado para estudos do volume de sangue cerebral.

[molecula radiofarmaceutica de DOPA]

Além disso, existem centenas de outros radiofármacoes altamente específicos, que podem ser sintetizados e usados para estudar a função do cérebro, tais como M-metilspiperona com C-11 ou F-18, para mapear dopamina e serotonina, flumazenil C-11, para GABA (ou o medicamento benzodiazepina), e carfentanil C-11, para receptores opióides.

Todos os radiofármacos usados tem meias-vidas muito curtas, da ordem de minutos, e baixos níveis de radiação, assim eles não causam nenhum mal ao paciente quando injetados, sendo o equivalente a uma fração de uma radiografia convencional.


Crétido das imagens: CTI Corporation.


De: A Tomografia PET: Uma Nova Janela Para o Cérebro
Por: Renato M.E. Sabbatini, PhD
Em: Cérebro & Mente, Março 1997.