Circulação do Líquido Cefaloraquidiano

O CSF é elaborado basicamente pelos plexos coróides, que são franjas de tufos capilares de pia mater (membrana protetora do sistema nervoso central) invaginando as delicadas paredes dos ventrículos. O líquor não é um meio estático, é continuamente produzido e absorvido. Foi calculado que 430 a 450 ml de CSF são produzidos a cada dia, então o fluido deve mudar a cada 6 a 7 horas (Neter, 31).

Circulação

Circulação do CSF

(Em verde-claro, líquido cefaloraquidiano)

ventrículos laterais--> foramen de Monro do terceiro ventrículo --> aqueduto de Sylvius --> IV ventrículo--> foramen de Magendie e Luschka--> espaço subaracnóide sobre o cérebro e medula espinhal --> reabsorção no seio venoso via granulações aracnóides.

Veja uma animaçao do líquor circulando nos ventrículos (3.8 Mb, MOV movie)

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Figura: Crump Institute for Biological Imaging. Reproduzido com permissão

O CSF é formado no ventrículo lateral, circula através dos foramens interventriculares no terceiro ventrículo e então via aqueduto cerebral no quarto ventrículo. Ali o fluido segue pelas aberturas laterais do quarto ventrículo e foramen medial do quarto ventrículo em espaços subaracnóides, onde se difundem sobre o cérebro e medula espinhal. Mudanças respiratórias e circulatórias parecem mudar a pressão dentro do sistema e promovem a mistura e difusão do fluído.

O fluído segue através do foramen interventricular (de Monro) para o terceiro ventrículo, é aumentado pelo fluído formado pelo plexo coróide deste ventrículo e passa através do aqueduto cerebral (de Sylvius) para o quarto ventrículo, o qual também possui o plexo coróide. O CSF de todas essas origens flui do quarto ventrículo para o espaço subaracnóide através da abertura mediana (de Magendie) e abertura lateral (de Luschka).

O CSF então circula através de cisternas subaracnóides na base do cérebro. Das cisternas, a maioria do CSF é dirigida para os hemisférios cerebrias e pequenas quantidades passam ao redor da medula espinhal.

Barreira hemato-encefálica

Neur^nios do cérebro e medula espinhal são protegidos por muitos danos químicos e substâncias biológicas pela "barreira hemato-encefálica", entreposta entre o sangue e o CSF pelas células endoteliais dos capilares de plexus coróide. Isto é clinicamente importante porque algumas drogas não podem penetrar a barreira. Este dispositivo protetor tem muitos elementos, extendendo-se de junções entre células endoteliais nos capilares do cérebro, restringindo a permeabilidade de moléculas maiores à neuróglia. Grandes vasos sanguíneos penetrando no tecido cerebral são alinhados com uma camada interna do endotélio reforçada com tecido fibrosmuscular.


Autor: Dra. Silvia Helena Cardoso, Psicobióloga, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. É Pesquisadora associada e Professora convidada do NIB/UNICAMP , editora-chefe e idealizadora da Revista "Cérebro & Mente".

Revisto e comentado por Dr. Norberto Cysne Coimbra, Médico, Neuroanatomista, Neurocientista e Biologista Molecular, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo. É Professor de Neuroanatomia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ribeirao Preto.

Realização: Núcleo de Infomática Biomédica


Silvia Helena Cardoso, PhD

Copyright 1997 Universidade Estadual de Campinas
ISSN 1414-4018