Nós precisamos sonhar?

Ainda não se sabe se precisamos sonhar ou não, mas é evidente que o corpo requer sono REM. Kelly (10) argumenta que a privação de REM não causa psicoses, comportamentos bizarros, ansiedade ou irritabilidade, como foi afirmado por muitos pesquisadores, desde que ele observou que sujeitos privados do sono REM por um período de 16 dias não mostraram sinais de distúrbios patológicos sérios.

De acordo com o pesquisador, o efeito mais importante da privação de REM, é uma mudança dramática em padrões subsequentes quando o sujeito é permitido dormir sem interrupção. Um encurtamento do sono REM por várias noites, é seguido por início prematuro, longa duração e frequência aumentada de períodos REM (10). Quanto maior a privação, maior e mais amplo será o efeito REM. A existência de um mecanismo compensatório ativo para a recuperação de sono REM perdido ou suprimido sugere que o sono REM é fisiologicamente necessário.

Webb (1985), encontrou que perda de mais que 48 horas de sono tiveram pouco efeito sobre a precisão dos atos e tarefas de processamento cognitivo, enquanto que medidas de atenção foram afetadas. A performance pode ser devido mais a fatores motivacionais do que componentes cognitivos.

Lugaresi et al (1986) reportaram um o caso de um homem que, gradualmente, começou a dormir menos e menos; ele apresentava inabilidade em se concentrar, falhas intelectuais, desorientação. Quando ele morreu, seu cérebro foi verificado e foi encontrado que ele tinha uma condição herdada que causou uma degeneração do tálamo.


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Autor: Dra. Silvia Helena Cardoso, Psicobióloga, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles. É professora convidada e pesquisadora associada do NIB/UNICAMP , editora-chefe e idealizadora da Revista "Cérebro & Mente".