Redes Neurais Artificiais

Conclusões e o Futuro

O modelo do neurônio artificial procura ser similar ao neurônio biológico, apresentando funções e arquitetura cognitiva parecidas, apesar de serem constituídos de materiais diferentes, um virtual (reproduzido em computador) e outro orgânico.

Dessa forma, a similaridade dos dois sistemas pode permitir que certas comparações sejam realizadas, e assim, muitas conclusões podem ser inferidas e transportadas de um ambiente para outro. Ou seja, determinados resultados obtidos a partir de ambientes virtuais podem ser portados para o ambiente orgânico a fim de auxiliar o entendimento de processos específicos, ainda que um tanto especulativos. E da mesma forma, observações de processos ocorridos a nível neural podem ser transportados para circuitos artificiais, também a fim de melhorar o processo cognitivo das redes neurais artificiais.

 Um exemplo dessa portabilidade é a implementação do processo da plasticidade em uma rede neural artificial. O incremento da representação de um determinado estimulo no córtex artificial promove uma maior probabilidade de acerto para a rede neural artificial. O aumento de áreas primárias no cérebro artificial também fortalece a presença de áreas secundárias e, assim, acaba compreendendo uma massa nervosa artificial mais atuante para identificar estímulos iguais, ou mesmo parecidos aos estímulos treinados. Talvez esta também seja uma das finalidades da plasticidade biológica do cérebro.

Novos Paradigmas

É certo que os neurônios artificiais já trazem grandes semelhanças com os neurônios biológicos, e é certo também que essas semelhanças já produzem resultados significativos quando aplicados de forma devida. Entretanto muitos ajustes ainda são necessários para assemelhar as redes neurais artificiais ainda mais às redes neurais biológicas. Desse modo, aproximando esses dois sistemas, acreditamos que ambientes neurais artificiais possam ser úteis para elucidar mecanismos neurais complexos e ainda desconhecidos.

 

É certo também que esses processos cognitivos artificiais farão cada vez mais parte de nossas vidas, seja através de sistemas computacionais específicos ou mesmo para a pesquisa da neurociência. O uso de redes neurais na fabricação de microchips já revela uma das tendências da indústria da informática, e empresas multinacionais não estão apostando nestas novas tecnologias apenas por curiosidade. O uso de redes neurais em artigos científicos próprios das áreas biológicas também tem revelado outra tendência deste paradigma.

 

Figura 000 – NeuralChip

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Em: Redes Neurais Artificiais: Aprendizado e Plasticidade
Por: Malcon Anderson Tafner
Em: Revista  "Cérebro & Mente" 2(5), Março/Maio 1998.

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