ABUSO DE DROGAS

Tereza Sollero Claudio-da-Silva, MD, MSc
Julio Rocha do Amaral, MD, PhD

Antigos textos literários e religiosos mostram que, em todas as épocas e lugares, os seres humanos deliberadamente usaram (e abusaram de) substâncias capazes de modificar o funcionamento do sistema nervoso, induzindo sensações corporais e estados psicológicos alterados.

Em seu livro "Uma História Íntima da Humanidade", Theodore Zeldin afirma que "a fuga para dentro de estados alterados de consciência, para a sedação ou a exaltação, foi uma ambição constante por toda a parte, em todos os séculos. Não houve civilização que não procurasse fugir à normalidade com a ajuda do álcool, tabaco, chá, café e plantas de todas as espécies."

A busca por agentes modificadores das funções nervosas é considerado por alguns autores, como Ronald Siegel, um impulso tão potente como os impulsos que levam à satisfação de necessidades fisiológicas, podendo mesmo suplantá-los. Segundo o referido autor:

"O nosso sistema nervoso está preparado para responder aos intoxicantes químicos quase da mesma maneira que responde às recompensas da alimentação, da satisfação da sede e do sexo. Através de toda a nossa história como espécie, a intoxicação funcionou como os impulsos básicos da sede, da fome ou do sexo, por vezes obscurecendo todas as outras atividades. A intoxicação é o quarto impulso.

Neste artigo, procuramos expor ao leitor os conhecimentos atuais sobre o abuso de drogas, de uma maneira sucinta mas abrangente. Particularmente, vamos examinar os seguintes tópicos.

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Os Autores



Tereza Sollero Claudio-da-Silva, MD

Professora Assistente do Departamento de Farmacologia Básica e Clínica da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Doutorado em Ginecologia do Instituto de Ginecologia Moncorvo Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina Militar

Júlio Rocha do Amaral, MD

Professor de farmacologia clínica, anatomia e fisiologia . Gerente Médico Científico da Merck S/A Indústrias Químicas. Redator de manuais didáticos sobre anatomia, fisiologia e farmacologia para uso da Merck. Supervisor de editoração das publicações científicas: Senecta, Galenus e Sinapse. Redator de protocolos e relatórios de pesquisas clínicas de produtos, a partir de 1978. Coordenador adjunto dos cursos de formação de especialistas em Oxidologia, promovidos pelo Instituto da Pessoa Humana (IPH) e Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). Chefe do Serviço de Psiquiatria do Departamento de Neurociências do Instituto da Pessoa Humana (IPH). Membro do Conselho Editorial da Revista Cérebro & Mente. Email: j.r.amaral@mls.com.br

 


Revista Cérebro & Mente 3(8), jan/mar 1999
Uma Realização do Núcleo de Informática Biomédica
Copyright (c) 1998 Universidade Estadual de Campinas, Brasil
Publicado em 18/Jan/1998
URL: http://www.epub.org.br/cm/n08/doencas/drugs/abuse.htm
sabbatin@nib.unicamp.br